domingo, 23 de fevereiro de 2014

Hipertrofia muscular: desmistificar e repensar estratégias, sob orientação!


O treino de força (musculação) vem ganhando cada vez mais adeptos. Vários são os objetivos pela sua procura, dentre os mais almejados estão perda de peso e diminuição do percentual de gordura (emagrecimento), e principalmente o aumento de massa muscular (hipertorfia).

Ao longo dos anos pesquisas evidenciam os benefícios do treinamento de força, propiciando novas perspectivas em relação a aptidão física e à qualidade de vida.

Contudo, para que os benefícios sejam otimizados, é necessário que a prescrição seja específica para as caracterÍsticas do indivíduo, em um minucioso diagnóstico, onde o nível de treinabilidade, idade, aspecto psicológicos, regularidade, devem ser considerados.

Com a influência da mídia, e de Profissionais da Educação Física desatualizados, e também os não habilitados (Médicos, Nutrólogos, Nutricionistas), os “caminhos” da hipertrofia estão se deturpando. Todos os dias existem dicas e mais dicas ditas como “o segredo” exato!

Mas para a solução de alguns ou até mesmo para a frustração de outros, não existe exatidão neste processo, a progressão nada mais é do que dependentemente multifatorial
.
Não existem atalhos, para o caminho reto!

Uma pesquisa do curso de Educação da Física da Universidade Santa Cecília - SP (UNISANTA) em 2013, utilizou 20 praticantes ativos de treino de força de academias da região, divididos em  dois grupos (G1 e G2). Os dois grupos realizaram os mesmos exercícios prescritos (supino reto, supino declinado, pulley, remada sentada, tríceps pulley, tríceps testa, agachamento, leg press, flexão de cotovelos), com uma frequencia de 4 vezes por semana, com sessões de treino em 4 séries, de 08 repetições, 60 segundos no descanso entre as séries e para a realização do exercício seguinte. G1, realizou exercícios sem controle de velocidade. G2, realizou os exercícios com a proposta de controle da velocidade do tempo de execução dos movimentos, 1 segundo para fase concêntrica e 2 segundos para a fase excêntrica. Incialmente os dois grupos foram avaliados de forma idêntica. Estes fatores contribuem para o os objetivos de aumentos de hipertrofia muscular. Oito semanas depois foi realizada uma nova avaliação, para bens comparativos dos resultados. O G2 mostrou ter uma tendência mais eficiente a hipertorfia tanto para membros inferiores, quanto para membros superiores, do que o G1, apenas pelo controle de velocidade da execução dos exercícios.

Repare que um “pequeno detalhe" de controle, propiciou uma maior tendência à hipertrofia muscular!

Muito são os detalhes que podem potencializar sua estratégia para a hipertrofia muscular! 

“Tentar” ter o controle dessa multifatoriedade é o que contribui a te conduzir em um caminho de progressão no treinamento.

Detalhes como controle de velocidade execução do execícios, combinações de exercícios, ordem dos exercícios, controle da amplitude dos movimentos, controle do tempo de descanso entre séries e entre os exercícios seguintes, se forem controlados e propostos em momentos propícios do seu programa de treino, podem contribuir com a hipertrofia muscular, mas infelizmente estão sendo muito mal interpretados e repassados, ao ponto de vários praticantes estarem de modo geral se DESTREINANDO, ao invés de estarem potencializando seus resultados dentro de academias.

Não há como fugir! O Efeito do exercício é METABÓLICO!

O desencadear de uma cascata de sinalizações metabólicas, que irá potencializar ou não, o seu treinamento!

Isso mesmo! Muito similar ao efeito de remédios, que irá desencadear uma cascata de informações, para determinado obejtivo!

Os exercícios também, dependente da “dosagem”, desencadeiam informações metabólicas, durante e após sua execução, podendo até perdurar por cerca de 48-72 horas!

E não apenas as meras execuções “aleatórias” de 3-4 séries de 8-12 repetições “curtinhas”, com pouca ou muita carga, com ou sem descanso (que podem potencializar seu treino ou não), como dizem geralmente os profissionais desatualizados, os não habilitados, a mídia, e as informações mal interpretadas e repassadas.

Em minha vivência no treino de força, tenho discutido com profissionais da área, e das áreas que potencializam os resultados, bem como os Profissionais de Nutrição, que ao diagnosticar o programa de treino de alguns alunos, que me procuram, me deparo sempre com o mesmo quadro de alunos, descontentes e desanimados, por não alcançarem os almejados objetivos.

E o que mais me supreende, é que tenho apenas tido o trabalho de desmistificar “padrões” que foram muito mal repassados, o que propiciaram o destreinamento ou levado a nunca alcançarem os objetivos. Quando inibimos os possíveis erros, como por exemplo, o mais comum, a sugestão da troca de movimentos “curtinhos” (que também concordo que podem contribuir, mas apenas se usados no momento correto), por movimentos mais completos e intensos, potencializamos os resultados em poucas semanas, depedendo no nível de treinabilidade do indivíduo.

Isso é muito mais complexo de que se imagina, não há exatidão para a potencialização estratégica do treinamento físico!

Evite tentar se “autoexercitar”! Seria como se automedicar! Isso é muito comum e tem acometido a maioria dos frequentadores de academias, por falta de informações coesas e fundamentadas.

Para tanto, a prescrição de exercícios, somente será fidedigna se prescrita pelo profissional habilitado, apenas o Profissional de Educação Física, e estiver intimamente interligada com uma boa reeducação alimentar.

Procure os profissionais de habilitados, busque referências sobre o mesmo, se consulte, e potencialize seus resultados!

Bom treino!

Profº Helder Souza
CREF 004482 G/ES


Cruz, J.G.B., Araújo, L.A. de, Barbosa, R.M.B., Santos, G.M. dos, Guedes, D.P. Influência de metodologias do exercícios resistido na hipertrofia de adultos ativos. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício. vol. 12, n. 4, pp. 218-226.

PRESTES, Jonato (et al.) Prescrição e periodização do treinamento de força em academias. Barueri: Manole 2010.


LOPES, C. R. ; IDE, B. N. ; Mário Ferreira Sarraipa . Fisiologia do Treinamento Espotivo. 2010.

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